A ressurreição de Paul Di'Anno

Turnê em solo brasileiro marca retorno aos palcos do antigo vocalista do Iron Maiden

Texto/fotos/vídeos: Leonardo Felix

31 shows no Brasil, em cerca de 45 dias, cruzando as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte do país. Nada mal para quem há pouco tempo teve que passar por cirurgias nos joelhos e um longo período de recuperação, ainda em andamento. A "The Beast Resurrection Tour" passou por Santos, litoral paulista, no dia 26 de fevereiro, e o programa "Vamos Falar!", apresentado pelo jornalista Leonardo Felix, fez a cobertura deste show que faz parte da primeira turnê do lendário vocalista da "Donzela de Ferro" nos álbuns "Iron Maiden" (1980) e "Killers" (1981).

Assista agora ao vídeo.

Assim como em toda a excursão, os brazucas da Noturnall (SP) e da Electric Gypsy (MG) dividem o palco com Paul. Os mineiros abriram os trabalhos pontualmente às 20h e tocaram músicas de seu álbum de estreia autointitulado (2020), com destaque para "Nine Lives" e "Shoot 'em Down".

Também animaram o público com covers do Mötley Crüe e do Van Halen ("Hot for teacher"). Guzz Collins (voz), Nolas (guitarra), Pete (baixo) e Robert Zimmerman (bateria) fizeram um curto show, mas com muita energia, vigor e a alegria do hard rock.

Apesar de enfrentar problemas técnicos durante a apresentação, a Noturnall mostrou no palco do Arena Club sua habitual competência, unindo virtuosismo e muito carisma com a audiência, buscando a interação o tempo todo.

Além de seu material autoral do recém-lançado álbum "Cosmic Redemption" (2023), Thiago Bianchi (voz), Henrique Pucci (bateria), Saulo Xakol (baixo) e o convidado e membro da "família Noturnall", Léo Mancini (guitarra), executaram sons antigos da banda como "No Turn at all", "Noturnall Human Side" e "Wake up", além dos covers de "Thunderstruck" (AC/DC) e "O tempo não para" (Cazuza), que em sua versão de estúdio foi gravada em parceria com o mestre Ney Matogrosso.

E após as duas excelentes performances dos brasileiros, chegou a vez do senhor Paul Andrews subir no palco. Os músicos da Noturnall, com o reforço de Nolas, guitarrista da Electric Gypsy, formaram a banda de apoio do cantor britânico. Se existia alguma hesitação ou falta de entrosamento no início da turnê, o que é natural, essa falha desapareceu. A banda estava entrosada e executou os arranjos perfeitamente. Paul pareceu mais leve e solto, provavelmente mais adaptado ao país e ao clima. Inclusive, prometeu voltar em breve com mais músicas, novas canções e uma "voz nova" também.

Ainda usando uma cadeira de rodas, Di´Anno foi conduzido ao centro do palco ao som da introdução do álbum "Killers", "Ides of march". O que viria a seguir todos sabiam: a pedrada "Wrathchild". A partir daí o jogo já estava ganho. Uma sequência de clássicos como Sanctuary, Murders in the rue Morgue", "Remember tomorow", "Killers", "Charlot the harlot", entre outros. Destaque para a sempre impactante e dinâmica "Phantom of the opera".

A trinca também do "full lenght" de estreia da grupo inglês fechou a noite. "Running free", "Prowler" e "Iron Maiden" serviram como celebração do legado deste vocalista que lutou pela vida e agora busca a redenção artística com novos shows em 2023 e projetos autorais ainda sem data de lançamento definida.

Agradecimentos:

Ana Paula Romeiro

Estética Torta