Sons of Apollo faz show vigoroso em São Paulo
- Renato Menez
- Aug 16, 2022
- 4 min read
Banda norte-americana arrebata plateia com virtuosismo e carisma, após mais de dois anos de adiamentos por conta da pandemia
Leonardo Felix

Foto: Leonardo Felix (celular)
Os fãs do prog metal tiveram no sábado (13/08/2022), na Tokio Marine Hall, uma noite para celebrar este subgênero musical com três shows repletos de virtuosismo, mas que não deixaram de lado o vigor, a emoção e o carisma. O cenário estava preparado para, finalmente, receber o headliner Sons Of Apollo, que depois de mais de dois anos pisou em São Paulo para finalizar a tour de seu segundo álbum "MMXX". Duas bandas de abertura preparam o terreno para os norte-americanos.

Foto: Leonardo Felix (celular)
A Opus V fez mais uma apresentação segura e vai consolidando seu nome no circuito dos grandes shows do metal realizados recentemente no Brasil. Depois de abrir com brilho a tour "Rebirth 20th Anniversary", do Angra, no Espaço Leste/SP, e para Symphony X, no Tokio Marine Hall, também na capital paulista, o quinteto paulistano retornou ao palco da casa de shows localizada na Zona Sul, para um set list de cerca de 40 minutos baseado em seu álbum "Universe of Truths" (2020). Destaque para as performances do vocalista Paulo Lima, do tecladista Dio Lima, fundador da banda, e para o prodígio na bateria, Miguel Muniz, de apenas 16 anos.

Foto: Leonardo Felix (celular)
A segunda atração a entrar no palco da Tokio Marine Hall foi a a Lufeh Band, projeto do exímio baterista Lufeh, ex-Oficina G3, com o reforço do baixista Duca Tambasco (Oficina G3), Teo Dornellas (guitarra), Gera Penna (teclados). O repertório privilegiou o álbum de estreia, "Luggage Falling Down" (2020). Um capítulo à parte é o vocalista norte-americano Dennis Atlas. Dono de alcance vocal considerável, Atlas foi carismático e performático no palco. Ele ainda se arriscou no português dizendo que é a sua primeira vinda ao Brasil. E celebrou sua primeira ida a um supermercado brasileiro. "É muito arroz!", disse ele, arrancando gargalhadas do público.

E, exatamente no horário previsto (22h15), as luzes se apagaram e os Filhos de Apolo entraram em cena para delírio da casa que estava lotada a essa altura. Aliás, nada mais grandioso e autoexplicativo do que o nome da banda, que reúne o talento e o virtuosismo do prog metal, sem deixar de lado um apelo melódico em seu som. Para ser digna de ser detentora deste título, a banda é um verdadeiro dream team: Jeff Scott Soto (Malmsteen, Talisman), Mike Portnoy (ex-Dream Theater, Winery Dogs), Ron "Bumblefoot" Thal (ex-Guns N´ Roses), Derek Sherinian (ex-Dream Theater, Black Country Communion), reforçados de Felipe Andreoli (Angra), que assumiu o posto de Billy Sheehan (Mr. Big) neste tour devido a restrições sanitárias para a entrada no país.
O jogo já estava ganho desde o inicio do show: o público aguardava desde 2020 para conferir ao vivo as músicas dos álbuns Psychotic Symphony (2017) e MMXX (2020) em solo brasileiro, mas as apresentações do SoA foram diversas vezes adiadas devido à pandemia de Covid-19. A trinca inicial – "Goodbye Divinity", "Fall to Ascend" e "Signs of Time" – empolgou a plateia.
"Wither To Black" serviu para dar um respiro, mas o o hit "Alive" reacendeu a chama. JSS lembrou dos mais de 20 anos de vindas regulares a SP, do carinho que tem com a capital paulista e de como a cidade sempre o recebeu bem. Ele falou do significado de "Alive", de lembrar dos entes queridos e amigos que já partiram e agora estão do "outro lado".

Foto: Leonardo Felix (celular)
A recepção foi mais morna nas duas músicas na sequência: "Asphyxiation" e "Lost In Oblivion". Soto brincou, dizendo que vem ao Brasil há mais de 20 anos e ainda não consegue formar uma frase completa em português. Houve muitos risos na plateia.
Mas o momento mais emocionante da apresentação foi em "Desolate July", música composta em homenagem ao falecido baixista David Z. A canção foi dedicada a ele, que acompanhou Jeff em muitos shows no Brasil. As lanternas dos celulares foram ligadas para criar um clima mais emotivo durante a música.
"King Of Delusion" veio logo depois, sem muito entusiasmo dos espectadores, que acompanharam atentamente a performance da banda. Em "New World Today", JSS comparou a música a uma montanha russa: altos e baixos, momentos de cabeça para baixo... Na introdução, Bumblefoot improvisou um trecho do Hino Nacional Brasileiro, arrancando aplausos. Soto tinha razão: "New World Today" é longa, cheia de climas e diferentes camadas. A faixa tem uma vibe Pink Floyd evoluindo para os momentos mais climáticos e pesados da antiga banda de Mike Portnoy, remetendo aos tempos dos álbuns "Awake" e "Train of Thoughts".
A faixa mais acessível do grupo teve o apoio do público, que cantou junto com a banda a faixa "Coming Home". Soto aproveitou para ""rebatizar" o grupo para "Sons of São Paulo". Logo após, o quinteto deixou brevemente o palco.

Foto: Leonardo Felix (celular)
O bis teve a música "God Of The Sun", na qual JSS fez uma homenagem ao país usando a camisa da seleção brasileira de futebol. Fazendo um trocadilho, o Sons of Apollo marcou um golaço em São Paulo e deixou um gosto de "quero mais" no público, após 1h45m, aproximadamente, de show. Ficou a curiosidade de poder acompanhar de perto a formação completa da banda, contando com o lendário Billy Sheehan no baixo. É necessário ressaltar o brilhante papel que o brasileiro Felipe Andreoli vem desempenhando nesta turnê sul-americana, assumindo enorme responsabilidade de substituir às pressas Sheehan.
Agradecimentos:
Isabele Miranda/Felipe Martinez
Tokio Marine Hall/Top Link Music/Rádio Web Stay Rock Brazil























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